quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Êjioníle


Êjioníle


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Odu Êjioníle Merindilogun candomblé.
Êjioníle é um odu do oráculo de ifá, representado no merindilogun com oito conchas abertas pela natureza e oito fechadas e o primeiro odu na ordem de chegada no sistema ifá. Nesta caída responde OxaguianObatalá e Airá. Significa mudança no lado profissional, amoroso e até mesmo de saúde, o consulente é extremamente teimoso e enjoa das coisas facilmente.
As pessoas portadoras deste odu são muito protegidas espiritualmente, pessoas beneficiadas por amizades, raciocínio claro, fala de pessoas impulsivas, voltadas para conquista de objetivos, desenvolvimento intelectual mediano, curiosas, enfraquecidas por imaginação excessiva, são diretos, quase não conhecem a sutileza.
É o odu mais velho do oráculo, com exceção de Ofum, de quem foi gerado. Sua cor é o branco podendo por vezes aceitar também o azul turqueza.
É o senhor do dia e de tudo que acontece durante ele, e também de tudo que é naturalmente branco. Controla as chuvas, os rios, os mares, as cabeças (humanas e dos animais).
Rege o sistema respiratório e tem também, sob suas ordens a coluna vertebral, além de todo o complexo de vasos sanguineos do corpo humano, embora se saiba que o sangue não lhe pertence, mas a Osa Meji.

[editar]Referências

Jogo de búzios - Um encontro com o Desconhecido - José Beniste.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Iniciados do Orixá Jagun Parte I O Babalorixá Pai Márcio de Jagun


O carioca Márcio de Jagun é advogado militante desde 1994. Atua como professor de Direito Portuário nos Cursos de Pós-Graduação da Universidade Gama Filho e na UFRJ (COPPE-EAD). Márcio de Jagun foi iniciado no Candomblé há 32 anos pelas mãos do Babalorixá Josemar de Ogun. É Sacerdote de Candomblé e há dez anos dirige o Ilê Axé Aiyê Obaluaiyê no Bairro de Pedra de Guaratiba, no Rio de Janeiro. É conferencista, articulista e autor dos livros ORI – A CABEÇA COMO DIVINDADE e EWE, A CHAVE DO PORTAL. Há dois anos é apresentador do Programa Ori, na Rádio Metropolitana/Rio.


 Bom meus amigos do blog eu jamais poderia também sequer falar sobre: Jagun meu pai sem citar o babalorixá Márcio de Jagun Carinhosamente chamado por mim de pai. Me lembro até hoje do dia em que nos conhecemos era quase noite no Ilê axê omim e eu fui servir um refrigerante e alguns quitutes feitos por Yalê (Lucinha Pessoa ) para papai Flávio e então o Pai Márcio de Jagun . Quando cheguei eu muito sério e tímido papai flávio logo me arrancou sorrisos dizendo muito obrigado meu filho e vira ao pai Márcio e diz: ele é da palha em sorrisos e pai Márcio responde, - Ah então é gente muito boa. Foi da ae então que virou amor, carinho e respeito a primeira vista e papai Flávio sabia e adorava o meu interesse pois era para mim a segunda pessoa de jagun que conhecia e um egbomi, um babalorixá, depois disso viram muitas conversas na cozinha do axê, dicas ensinamentos, carinho gentileza enfim hoje tenho o maior orgulho de vestir a camisa e de ter encontrado no pai Márcio não só um amigo, um irmão, um conselheiro fiel e diferente de mim e de marcinha (dofona de Jagun) citada no ultimo post o Pai Márcio de Jagun é calmo sereno mais verdadeiro e fiel como uma caricteristica do povo de jagun o que mais me encanta nele é o dom de escrever e de falar se comportar me lembro a primeira visita ao programa ori que ele me recebeu nossa magicamente só faltou me por no colo das inumeras vezes que ele esteve lá no meu axê que podemos conversar. Das vezes que fui ao 
Ilê Axé Aiyê Obaluaiyê, nas festas sempre muito bem recebido. Na festa do senhor porteira um exu muito forte e firme. Desde que te conheci o Pai Márcio tem sido um exemplo e eu faço questão de mencionar a minha satisfação e orgulho de ter conhecido e poder conviver com uma pessoa tão linda por dentro e por fora. Uma das coisas mais linda que escreveu foi para o quadro do programa em homenagem ao falecimento de Pai Josemar do ogun e Papai Flávio de Oguiãn. Casado com minha querida irmã de axê Adriana Farias a Adriana de oya também é meu cunhado. e quantas vezes lembro das saidas do ori na parada do churrasquinho na linha amarela. 


O jagun de Pai Márcio nossa que coisa linda é o Ibi mais perfeito que eu já vi em toda minha estrada, a unica vez que o vi foi na minha casa no pilão de oxaguiãn Pai Jagun saiu na corte. Agradeço por tudo. onten hoje e sempre e sempre será um orgulho para mim. Sabe por que aprendi a amar e admirar sem vaidade e falsidade e sem interesse algum e sim pela pessoa que és você pai Márcio sempre foi um homem de conduta e comigo sempre foi pelo caminho da verdade.








Uma grande postura um grande homem espero que eu ainda te orgulhe muito meu pai querido e amigo e irmão. Que nosso pai Jagun nos cubra sempre em nossa caminhada.





Quando Adaguinha(papai Flávio) e Setinha(Pai Márcio de Jagun) se juntavam ficava pequeno, e todos olhavam sem se quer piscar pois eram muito conhecimento e todos queriam muito aprender. Papai flávio deixou saudades mais um legado muito rico na nossa religião e na parte cultural. 




O ibi mais bem feito que meus olhos já puderam ver asê orisa Jagun minha vida.


Eu tenho orgulho de vestir meu santo no ile de jagun sabe por que ? por que é de verdade sem vaidade sem maldade, como muito existe por ae no candomblé o que precisar de mim pái márcio o senhor sempre terá.  Falar de mim é facil eu quero ver cobrar o orixa, ele é puro e soberano e sabe o que faz asê Jagun minha vida .


Jagun de Pai Márcio tomando rum com papai Flávio de Oguian nos 30 anos de santo de Pai márcio.


Bom sei que teremos muita coisa pela frente só tenho que te agradecer os momentos bons que ao seu lado de Marcinha que são pessoas do meu orixá que estão marcados para sempre em meu coração e minha vida. Das pessoas que através do senhor pude conhecer como Adriana que representa muita coisa para mim, como Tomejê, Gabriel, Richard, Rubens, Claudinho, Elaine, Renatinho, Mãe Joyce, Alanzinho, Luana Lima a Bia de Oya esposa de nosso querido Tomejê e Nosso querido Josemar do ogun que não o conheci pessoalmente mais li muito sobre ele.Só tenho agradecer a meu pai Jagun por ter me dado você como presente. E um dos momentos que mais me emocionei foi quando adobei para meu pai Jagun em minha casa inesquecivel.
E tenho tantos momentos bons que ficaria aqui a noite toda contando. E tenho que te dizer que: muito grato pelos abraços nas quartas a noite que são recebidos de verdade, e toda vez que o senhor me entrevista ou me chama para falar para mim sempre será a primeira vez eu trmo fico suando frio pois você representa muito em minha vida vida. Cada um tem seu jeito mais todos somos Jagun o proximo será nosso querido irmão Fábio de Jagun.
Isso é amor de Verdade sem interesse sem vaidade que nasceu através da força chamada Jagun.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

ITAN ÒGÚNDÁBÈDÉ


   ITAN ÒGÚNDÁBÈDÉ

EKE A PÁ ELEKEE
ODALE A PÁ ODALE
OUN TI A BA SE NISALÉ ILÊ
OJU OLODUMARE NII TÔO
DIFA FUN AMOOKUN-SE-OLE
TO NI OBA AYE KO RI OUN
BI OBA AYE KO RI O NKO
OJU OLODUMARE NWO O

Tradução 

Mentira matará o mentiroso 
Traição matará o traidor 
Tudo o que você faz em um lugar escondido 
Todo poderoso Olodumare está observando 
Estas são as declarações de Ifá para 
Ele-quem-usa-roupa-da-escuridão-para-roubar 
E ele diz que ninguém toma conhecimento 
Se os reis mundialmente não o vissem 
Todo poderoso Olodumare está olhando para você 

KI IFÁ ATI ELEDUMARE GBE WÀ!
(Que Ifá e Eledumare nos protejam!)

OFUN MEJI COMO O ETU ADQUIRIU IMPORTÂNCIA NO CULTO AO SER ABENÇOADO POR OBATALÁ




Naquele tempo a galinha d’angola era inteiramente preta e vivia só e infeliz dentro da mata. Para resolver seus problemas de solidão, foi consultar o adivinho de Obatalá para que lhe indicasse um ebó que lhe permitisse conseguir uma companheira como todos os demais bichos possuíam. Chegando à casa do adivinho, o pobre animal não foi por ele recebido porque, sendo completamente preto, não poderia entrar numa casa onde o Orixá do Branco era cultuado, pois a cor preta era considerada como uma grande ofensa.
Desolado, o bicho que apesar de viver só era muito rico, reuniu uma grande quantidade de alimentos e saiu sem rumo, na esperança de encontrar em outro lugar qualquer, alguém que lhe fizesse companhia.
Depois de muito caminhar encontrou, numa clareira, um velho muito estropiado que gemendo, estendeu-lhe as mãos dizendo:
- "DÁ-ME UM POUCO DE COMIDA E DE ÁGUA, POIS ESTOU EXAUSTO E JÁ NÃO POSSO CONSEGUIR ALIMENTO PARA MINHA PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA".
Condoído, Etú serviu de seu próprio alimento ao velho e saciou-lhe a sede com a água que trazia dentro de uma cabaça.
Logo que acabou de comer, o pobre velho, de tão enfraquecido, caiu em sono profundo e, ao despertar muitas horas depois, deparou com Etú que preocupado, velava por seu sono.
Já refeito, o velho perguntou:
- "QUE FAZES SOZINHO NO INTERIOR DESTA FLORESTA? NÃO SABES QUE ELA É SAGRADA E QUE SÓ OS INICIADOS PODEM ADENTRÁ-LA?”.
- "ANDO SEM DESTINO. NASCI SÓ E SEMPRE VIVI SÓ. MINHA APARÊNCIA É MUITO REPUGNANTE E MINHA FEIÚRA IMPEDE QUE AS PESSOAS PERMITAM QUE ME APROXIME DELAS”. REPLICOU A AVE.
- "TUA FEIÚRA EXTERIOR NADA É, COMPARADA COM TUA BELEZA INTERIOR. APROXIMA-TE MAIS E, COMO RECOMPENSA PELA TUA BONDADE, MODIFICAREI UM POUCO A TUA APARÊNCIA”.
Ordenou o velho.
Pegando pó de efun o velho, que outro não era que o próprio OBATALÁ, soprou sobre o corpo de Etú deixando-o, a partir de então, todo pintalgado. Reunindo alguns elementos sagrados, modelou um cone que colocou no alto de sua cabeça dizendo:
- "A PARTIR DE HOJE, SERÁS O ANIMAL MAIS IMPORTANTE NA RELIGIÃO DOS ORIXÁS, NADA PODERÁ SER FEITO SEM A TUA COLABORAÇÃO E, COMO SINAL DESTA IMPORTÂNCIA, SERÁS O ÚNICO DENTRE OS SERES VIVOS A PORTAR O OXÚ, SÍMBOLO DA ALIANÇA FORMALIZADA ENTRE O INICIADO E SEU ORIXÁ. POSSUIRÁS, ALEM DISTO, TANTAS FÊMEAS QUANTAS QUISERES E TUA PROLE SERÁ NUMEROSA E SE ESPALHARÁ SOBRE A TERRA”.

Por este motivo a galinha d'angola possui o corpo coberto de pintas e carrega sobre a cabeça uma crista cônica, assemelhando-se ao neófito durante o ritual da iniciação. Sua presença em todas as cerimônias iniciáticas é indispensável e todos os Orixás a exigem em seus rituais.

A OBRA COMPLETA DE ỌRÚNMÌLÁ - A SABEDORÍA DIVINA


A PRIMEIRA TENTATIVA DE ESTABELECER A VIDA NA TERRA



Oposto ao motivo deste conjunto de regras e regulamentos, Deus desenvolveu um plano para despachar todas as divindades para a terra simultaneamente sem nenhum aviso prévio. Uma bela manhã portanto, Deus chamou a sua criada Arugba para convidar cada uma das divindades, em suas respectivas casas, para aparecerem no palácio celeste na manhã seguinte para um desígnio especial.

Arugba pôs-se a caminho muito cedo naquela manhã. Antes então de qualquer modo, Deus tinha preparado uma câmara especial completamente equipada com vários implementos com os quais Ele contava que as divindades executassem suas tarefas na terra. A mensagem de Arugba para cada uma das divindades foi clara.

“Meu pai me enviou para convidá-lo a se preparar para uma tarefa especial amanhã pela manhã. Você deve começar se preparando para partir em missão assim que a mensagem divina lhe for dada. Você não deve retornar para sua casa antes de embarcar na missão.”

A maioría das Divindades levou a mensagem ao “pé-da-letra” e não se preocupou em se informar com seus próprios conselheiros ou guardiões em como começar a tarefa que Deus tinha reservado para eles. Arugba visitou as casas das divindades por ordem de idade, que significa que Ọrúnmìlá, o mais moço das divindades, foi o último a ser visitado.

Entretanto, Ọrúnmìlá que estava habituado a criar circunstâncias de divinação toda manhã, foi avisado por Ifá a fazer um banquete naquele dia particular em antecipação a uma visita em sua residência. Na hora que Arugba alcançou a casa de Ọrúnmìlá, já era muito tarde da noite. Não tinha feito nenhuma refeição desde a manhã, e Arugba já estava com muita fome quando alcançou a casa de Ọrúnmìlá. Antes de permiti-la entregar a mensagem divina, Ọrúnmìlá a persuadiu a fazer uma refeição. Ela comeu até se satisfazer e então contou a Ọrúnmìlá que Deus queria que ele comparecesse em seu palácio no próximo dia, junto com as outras divindades para uma missão especial.

Em reconhecimento a hospitalidade de Ọrúnmìlá, ela confidenciou ajudando-o revelando detalhes da missão que Deus tinha reservado para eles.

Ela o avisou para pedir por três favores especiais para Deus em adição a qualquer instrumento que ele coletaria da Câmara Especial para sua missão. Ele deveria perguntar pelo CAMALEÃO, (Alagemo em Yorùbá e OMAENEROKHI em Bini), a galinha multicolorída doméstica de Deus, e a bolsa especial do próprio Deus (Akponimijekun em Yorùbá e Agbavboko em Bini). Nós veremos o significado deste pedido especial mais tarde. Em uma última ressalva, Arugba informou Ọrúnmìlá que se ele assim o desejasse, poderia também persuadir Deus em levá-la acompanhando-o na sua missão. Com estas palavras de aviso Arugba partiu para casa, tendo completado sua tarefa.

Na manhã seguinte, um após o outro, todas as divindades apresentaram-se no Palácio Divino de Deus. Tão logo que chegaram, Deus pediu para cada um deles prosseguir na jornada para a terra sem regressar aos seus respectivos lares. Um após o outro eles vieram e se moveram marchando em ordem para partir para a terra. As primeiras divindades a chegarem na terra logo descobriram que não havia solo para pisar. Todo o lugar era alagado. Havia uma única palmeira que se encontrava no meio das águas com suas raízes no céu, que era o portão para o mesmo. Como eles estavam chegando, e não tinham nenhum outro lugar para ficar exceto nos ramos da palmeira. Era um momento realmente muito difícil.

Antes de partir do céu, cada uma das divindades recolheu da Câmara Especial de Deus todo o material e instrumentos de suas preferências. São os mesmos instrumentos que os iniciados no culto de cada uma das divindades usa na iniciação nos dias de hoje.

Quando Ọrúnmìlá chegou ao Palácio de Deus, todos os outros já tinham ido.

Ele apresentou-se ao Pai Todo-Poderoso, e igualmente seguiu marchando em ordem imediatamente para a terra. Ele foi informado como os outros, a recolher todo instrumento que ele achasse na Câmara Especial. Contudo, todos os instrumentos disponíveis tinham sido coletados pelos outros e havia uma única inútil concha de caracol.

Ele não tinha escolha mas agarrou-se a ela e então suplicou a Deus que já que não tinha nada mais para resgatar da Câmara Especial, pediu:

(a) O Camaleão - a mas velha das criaturas na casa de Deus para aconselhá-lo em como tentar resolver os problemas da fixação das habitações terrestres.
(b) O benefício de ir a terra com a multicolorída galinha doméstica divina de Deus.
(c) A bolsa divina do próprio Pai Todo Poderoso, para recolher as coisas que ele estava levando, e...
(d) O privilégio de ir para a terra com Arugba, para fazê-los lembrar das regras do céu.

Seus quatro pedidos foram atendidos. Como ele estava partindo, ele coletou quatro plantas diferentes, que um sacerdote de Ifá usa para todos os seus preparativos. Ele também coletou amostras de plantas e animais que ele pôde colocar nas mãos. Ele guardou sua coleção na sacola que Deus lhe havia dado. A sacola Divina tinha a misteriosa capacidade de acomodar qualquer coisa, não importando o tamanho e também produzir tudo o que era preciso para isso.

Quando Ọrúnmìlá alcançou o portão para a terra, ele encontrou todas as outras divindades penduradas nos ramos da palmeira. Ele também não tinha opção exceto se unir a eles.

Depois de Ọrúnmìlá ter estado sentado ou parado nos ramos da palmeira por algum tempo, Arugba recomendou-o, de dentro da sacola Divina onde estava escondida, a pegar a concha do caracol, e virar a boca da mesma na água abaixo porque continha a base do solo da terra e que faria o chão firme para pisarem.

Ọrúnmìlá que tinha coletado a concha do caracol vazia da Câmara Especial de Deus, não sabia do seu conteúdo. É também óbvio que se encontrou com somente a concha do caracol dentro da Câmara Especial de Deus porque todos os outros a tinham ignorado. Nenhum deles a não ser Arugba sabia que continha o Segredo da terra. Quando Ọrúnmìlá virou a boca da concha do caracol para baixo, o escasso conteúdo de areia caiu na água abaixo e esta começou a borbulhar. Dentro de pouco tempo, grande quantidade de areia começou a se empilhar ao redor da palmeira. Depois de muitos montes terem se formado, Arugba falou outra vez a Ọrúnmìlá de dentro da sacola. Desta vez, recomendando-o a deixar cair à galinha nos montes da areia. Como a galinha espalhou os montes, a área da terra começou a expandir. É a mesma operação que a galinha está executando até hoje. Onde quer que a galinha seja encontrada, vê-se usar os pés para dispersar a areia na terra.
Depois do solo ter sido expandido sobre uma extensa área, as outras divindades que estavam pasmas com a misteriosa performance de Ọrúnmìlá. Mandaram-no descer e caminhar no solo para verificar se ele poderia suportá-los. Mais uma vez Arugba aconselhou Ọrúnmìlá para com a sacola, soltar o camaleão para caminhar primeiro no solo. O camaleão andou sobre o solo furtivamente, por temer que pudesse desmoronar sob seus pés. Mas o chão agüentou firme, e esta é a mesma prudência andando marchando que o camaleão ficou acostumado, até o dia de hoje. Este é o porquê do camaleão pisar gentilmente no solo.

Logo que Ọrúnmìlá teve certeza de que o solo estava suficientemente forte, ele desceu da palmeira para a terra, e sua primeira tarefa foi transplantar as plantas que trouxe do céu. Depois disso todas as outras divindades desceram para a terra uma depois da outra. Este é o motivo porque a palmeira, a primeira a ser criada das que tinham suas raízes no céu, é respeitada por todas as divindades. É o antepassado de sua estirpe. Todas as divindades espalharam-se da palmeira para estabelecer seus vários domicílios em diferentes partes da terra. Ọrúnmìlá sendo o mais jovem de todas as divindades morou e serviu a cada um dos mais velhos, um de cada vez. Ele serviu Ògún, Şàngó, Olokún, Eziza, etc.

No decurso de sua servidão, uma das divindades apoderou-se de Arugba. Ele foi desta maneira despojado de sua Conselheira Chefe e confidente.

É importante neste estágio mencionar que o processo de iniciação na religião de Ọrúnmìlá ou Ifismo é uma tentativa para recordar este processo da partida do céu e chegada no mundo para se estabelecer através da palmeira. A mulher que carrega os Ikin em sua cabeça para Ugbodu é chamada de Arugba. É considerado um fato que Ọrúnmìlá nunca casou com Arugba, também não é aconselhável a nenhum iniciado de Ifá casar coma mulher que o acompanha com o UGBODU. Justamente por isso não é aconselhável empregar alguma esposa para a cerimônia, a fim da mulher não ser na verdade seduzida por algum tempo depois da cerimônia, ou pela morte ou por outros.

A presença de Arugba como única mulher em volta, criou uma gama de problemas para as divindades. Uma após outra, eles lutaram para retê-la. O conflito por Arugba logo trouxe a tona a pior das divindades. A violência de alguns, isto á, Şàngó, Sankpana, Ògún, etc., combates mútuos com todas as defesas a sua disposição. Houve total confusão que se encheu de aspereza entre eles. Neste momento, Ọrúnmìlá foi o primeiro a retornar ao céu para fazer um relato a Deus. O papel de protetor de Arugba perdeu-se para as divindades porque ela tinha sido privada da companhia de Ọrúnmìlá com quem ela veio ao mundo.

Todas as outras divindades tinham se estabelecido com os instrumentos que eles coletaram na Câmara Especial de Deus. De sua parte, Ọrúnmìlá tinha perdido o uso de todas as coisas que ele trouxe, inclusive até a Sacola Divina, dos quais sem os conselhos de Arugba, ele não sabia como usar. Depois de ter levado uma vida de privações e penúria, ele decidiu voltar para o céu para perguntar a Deus porque a vida na terra era tão dolorosamente diferente da vida no céu. Até as quatro plantas que ele trouxe do céu não o ajudaram apesar de elas serem usadas unicamente durante a iniciação de Ifá até hoje, e elas também são usadas para alguns preparados medicinais feitos por Ọrúnmìlá.

Quando foi o momento de Ọrúnmìlá retornar para o céu, ele foi até o pé da palmeira e subiu para seus ramos donde ele se transfigurou para o céu. De volta ao céu, ele foi o único das muitas divindades a ver a última forma física do próprio Deus.

O Deus Onipotente que era conhecido por nunca perder sua calma, estava evidentemente aborrecido diante de Ọrúnmìlá. Ele apresentou suas desculpas a Deus por olhar os traços físicos, do pescoço em diante, mas explicou as dificuldades que ele tinha experimentado na terra nas mãos de seus irmãos divinos. Ele reclamou que surpreendentemente, as regras celestes não estavam sendo seguidas na terra. Após ter ouvido o relato revelado por Ọrúnmìlá, Deus convenceu-o a permanecer momentaneamente no céu, mas enviou o OBSTÁCULO, o mais poderoso de todas as divindades, (ELENINI em Yorùbá e Idoboo em Bini) para ir verificar o relatório de Ọrúnmìlá. Quando ELENINI chegou a terra, ele observou o espetáculo do restante das divindades no corpo a corpo. Ele não ficou apenas satisfeito que o relato de Ọrúnmìlá estava correto, mas também ficou receoso que com a privação predominando na terra, as divindades poderiam acabar guerreando umas contra as outras.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Crianças do Ilé Laburé -


                         Crianças do terreiro de Candomblé de Keto/Fon: Ilé Axé Aganã Laburé.

                             Trilha sonora original, produzida pelo Instituto Laburé de Cultura.

JAGUM DE PAI MARCIO


                                                             JAGUM DE PAI MARCIO

*Uma Grande homenagem a um grande, homem , um grande Pai , um grande amigo ... para sempre J.F. Pessoa de Barros

FEITO POR MIM TIAGO LABORÉ *ROMARINHO*
L.U.T.O. ! UM SONHO NUNCA MORRE,SUAS PEGADAS FICARAM PRA MOSTRAR O CAMINHO! E EU TÔ PISANDO EXATAMENTE SOBRE ELAS, UMA A UMA. EU NÃO DESISTI!
"Sábio é o pai que conhece o seu próprio filho."
Saudades querido...Sabemos que os Mestres não morrem jamais pois perduram através de suas obras.
Este é o caso do nosso amigo, nosso Pai, nosso irmão e nosso orientador a quem temos a honra de chamar de Mestre.
Só nos resta honrar a memória dele, observando e praticando os princípios de dignidade com que fomos por ele tratados.
Nosso inesquecível Mestre José Flávio Pessoa de Barros.A vida é mesmo uma missão
A morte uma ilusão
Só sabe quem viveu
Pois quando o espelho é bom
Ninguém jamais morreu
Sei que o amor de meu pai não se perdeu
Só de ver seu olhar sei seu desejo
Assim como meu pai sabia o meu
Mas meu pai foi-se embora no cortejo
E eu no espelho chorei porque doeu
Jose Flavio Pessoa
Quando a gente ama alguém de verdade
Esse amor não se esquece
O tempo passa, tudo passa, mas no peito
O amor permanece
E qualquer minuto longe é demais
A saudade atormenta
Mas qualquer minuto perto é bom demais
o amor só aumenta...José flavio masceu no rio,em 25 de Janeiro de 1943. Era advogado,antropólogo, professor doutor,escritor e sacerdote de culto. Foi autor de obras como Galinha D'Angola, Ewe Orixá,Olubajé o Banquete do Rei,A fogueira de Xangô, entre outros.
Foi iniciado por Mãe Nitinha de Oxum há 35 anos atrás. Era então descendente portanto do IlÊ Iyá Nassô, mais conhecido como a Casa Branca do engenho Velho, uma das mais tradicionais raízes de Ketu. Zelador de santo, José flávio dirigia o Ilê Axê Omin Iwyn Odara, em Cachoeiras de Macacu há cerca de 15 anos.Uma casa A tradução do nome do templo é "Casa da Força das Aguas e dos lindos Espiritos das Arvores..
Sua obra engrandeceu o Candomblée ajudou a construir uma nova via. Solidificou com suas pesquisas e sua obra a importante vertente da seriedade,do resgate dos ritos, do amor aos orixás, enfim da valorização da ancestralidade, que gostava sempre de frisar.
José flávio Pessoa de Barros fez nossa Religião Melhor ... e eu Pai como o teu Jagun te agradeço por tudo o que fizera não só por mim mais por muita gente e por minha familia de axê e todos os meus ...

AS Folhas de Jagun!!

Suas folhas: Akoko, algodão, saiao fortuna. folha de obi, folhas de iroko , folhas oguegue e todos folhas de Oxalá…




                                                                       Acocô
                                                                         Fortuna
                                                                   Folhas de Iroko
                                                                            Saião

Aqui vamos relacionar alguns caminhos de Jagun ..


                                                  Jagun Arawê, ligado a Ossayn e Oxaguian
 
                                                  

                                                   Jagun Igbonan, ligado a Ayrá,Oya e Obá 


                                                    


                                                  Jagun Algbá, ligado a Exú, Oxaguian, Oxalufan e Oxun Yeye Ayalá
   
                                                                                                 
                                                  Jagun Odé, ligado a Odé Inlé, Ogun Jáe todos os caçadores
                                                  

                                                  Jagun Agbá funfun, ligado a Oxalufan, Iyemanjá e Oxun
                                                  
                                                  Jagun Seji Onan ou Ajoji, ligado a Exu e Ogun

KOSI OBA KAN AFI OLORUN A HISTÓRIA DO ORIXÁ JAGUN


Jagun Orixá Agbará Esé Egi Iroko
Segundo as lendas e itans, conta-se que Jagun, era Guerreiro dos Exércitos de Obatalá e que foi enviado às Terras de Omolú para lutar pela páz em nome de Oxalá. Por isso, ele é cultuado em algumas nações como “Qualidade de Omolú”, por ter passado vários anos em terras de Omolú.  Trata-se de um Orixá Funfun, pois o culto a Jagun nasceu no Ekiti Efon, por esse motivo Jagun é cultuado no Axé Efon como um Orixá separado de Omolú. Antes dele ter ido para as terras de Omolú já existia seu culto no Ekiti, onde era sua terra natal. Assim também conta seus itans que Jagun teve passagem não só nas terras de Omolú, mas também nas terras de Ifé (Terra de Ogun) e Elegibô (Terra de Osayan). Pela ordem do meridilogun, Jagun responde no Odú Ejionilê (oitavo Odu) Odú regido por Oxaguiã, Odú no qual também respondem outros Guerreiros Brancos como Ogun-Já e Oxaguiã Ajagunãn. Pela ordem de chegada dos odus, o culto a Jagun nasceu no Odu Okaran.
Os filhos de Jágun, tem aparência jovem, são autoritários, arrogantes, guerreiros, justiceiros, briguentos e agitados, fortes na adversidade, costumam fazer tudo à sua maneira, ouvem conselhos dos outros, mas costumam seguir sua própria vontade…São pessoas trabalhadoras, gostam de tudo rápido, exigem asseio, limpeza; são pessoas impulsivas; pessoas de espírito livre; enjoam de tudo facilmente; são dados a paixões violentas e passageiras, são curiosos, adoram viajar. Possuem grande proteção espiritual, boas amizades e, quase sempre, caminhos abertos. Possuem comportamento delicado, são honestas, dedicadas e atenciosas. Vivem com grandes esperanças, estão sempre apaixonadas, são sonhadoras, sofrem e se desdobram para ajudar e defender os amigos. Quando são repudiados ou sofrem algum tipo de traíção podem se tornar extremamente vingativas e amargas. Apesar de serem guerreiras e obstinadas, as pessoas de Jágun, às vezes se isolam preferindo ambientes calmos e tranquilos. A personalidade dos filhos de Jágun é um misto de caracteristicas de Ogun, Omolú e Oxaguiã.
Jágun, é uma palavra Yorubá, e significa: Guerreiro, Soldado.
Jagun é um Orixá ambicioso, luta para conquistar posição alta sem ver de que maneira…Apesar de ser Orixá Funfun (branco), é considerado e cultuado como Santo de Guerra, “santo quente”, carrega uma lança prateada na mão e um facão ao adaga e muitas das vezes dependendo do caminho de Jagun ele usa até um ofá nas mãos,pois conta se um itan que Oxalá o nomeia como o guerreiro de todas as armas veste-se somente de branco. Usa contas brancas rajadas de preto e dependendo da qualidade, intercalada com contas brancas, gosta também de contas feitas de buzios e marfin. Jágun é Orixá Jovem,quase chega ser um menino adolecente de Obatalá .. Ligado a Obatalá (Rei no pano branco ), tem caminhos com Ogun Já, Oxaguiã – Ajagunãn, e Ayrá. Tem caminhos também com Yemanjá e quase todas as Yabás, pois elas acalmam sua fúria.Quem traz Jágun ao barracão é Oxaguiã. Ele é considerado o “protetor” e “guardião” de Oxalufã. Carrega consigo o Odú Ejionilê. Por ser considerado Orixá Funfun (branco) não leva azeite de dendê, e sim azeite doce , banha de ori, adin e as vezes mel e de preferencia a banha de Ori, suas comidas são todas brancas, aceita pipocas feitas na areia, bolas de inhame cozido, bolas de arroz, acaçá, obí funfun (claro), come também do Ebô (canjica) de Oxalá, assim como seus bichos também devem ser todos brancos, por ser ligado ao rei do pano branco (Obatalá ). Jágun dança com outros Orixás, acompanha na dança; Ogun e principalmente Oxaguiã e Oxalufã. A dança de Jágun é extremamente guerreira, começa com movimentos lentos, dança empunhando sua lança e adaga, seu momento de “êxtase” é quando salta e se sacode todo empunhando a lança de um lado para outro, tamanha é sua fúria guerreira nessa hora. Segundo as lendas, a lança prateada de Jágun, durante as batalhas e guerras, além de ser usada para proteção contra os males e feitiçarias e abrir os caminhos, deixava seus inimigos cegos após serem feridos por ela. Jagun, assim como Ogun, é um grande caçador, e por sinal foi ele quem ensinou seu irmão Oxóssi a caçar. Ele nao deixa também de ser um guerreiro, assim é Jagun, um grande guerreiro mas também um grande caçador. E algumas de suas cantigas relatam isso.
Conta o itan de Ogi-Ogbé/Okaran que existiam três irmãos: Já, Jágun e Ajagunãn. Eram três Guerreiros que pertenciam aos exércitos de Obatalá, lutavam e venciam todas as guerras e batalhas em nome de Oxalá e eram os Guardiões deste Orixá. Eram chamados de Guerreiros Brancos, por se vestirem somente com trajes brancos em homenagem a Obatalá. Eram considerados invencíveis, por sua bravura e coragem, nunca perderam uma batalha sequer. Sempre muito unidos, nunca se separavam. Mas um belo dia, os três irmãos guerreiros, foram guerrear contra a cidade de Oxun. Oxun com a grande sabedoria dos poderes de Ya mi, foi avisada que seu reino seria atacado. Oxun ficou desesperada e foi até Ifá para saber o que faria. Orumila mandou ela fazer um ebó,  sacrificar oito Igbis à Oxalá e com o casco fizesse um pó e soprasse nas terras de Osogbo. Assim Oxun fez, quando os guerreiros chegaram para invadirem as terras, eles ficaram tontos e se perderam um do outro. Aí que Jagun foi para as terras de Omolú, Já para as terras de Ifé Ogun, e Ajagunã para as terras de Oxagyan. Mas mesmo assim, os três irmãos sempre estão juntos, respondem um pelo outro, eles continuam a ser Guerreiros Brancos, ou seja, são considerados Orixás Funfun, e sempre ligados a Obatalá, seus caminhos se cruzam…os três irmãos Guerreiros continuam nas batalhas, sempre guerreando pela Páz. Deram essa característica guerreira aos seus filhos. É por isso que o culto a Jagun foi assimilado ao de Omolú, sendo que depois disso conta o Itan que ele viveu alguns anos nas terras de Omolú e que lá encontrou uma linda mulher que também nao era das terras, mas estava lá por outros motivos, e se apaixonou por ela, tiveram filhos e se amam até hoje, e essa linda mulher era Yewá . Lá, ele se juntou com o Orixá Osayn e passou a ser um grande curandeiro, e em tempos de guerra ele cuidava dos guerreiros feridos com as porções e ervas mágicas que Osayn o ensinou. Jagun teve uma trajetória muito grande e bonita nas terras de Omolú, mas depois de anos retornou as terras do Ekiti-Efon, onde Oxun era rainha e Osagyan grande gurreiro e protetor do palácio e cidade de Oxun. Conta-se também que Jagun foi às terras de Osogbo, para destruir a cidade e buscar Oxun, pois Oxun tinha sua cidade onde era rainha Ekiti Efon, entao por ordem de Olooke ele fui buscá-la. Depois disso tudo ter acontecido, Jagun viveu anos nas terras de Omolu, Oxagyan trouxe Oxun de volta para Ekiti-Efon, por isso muitos acabaram se equivocando ao falar que foi Oxagyan quem deu as terras de Ekiti para Oxun, mas nao foi isso que aconteceu, ele apenas trouxe Oxun de volta a terra onde ela nasceu e era dona junto com Olooke seu pai. Orixá Olooke vendo o prejuizo que Jagun teve e o tempo que ficou em outras terras, por causa de seu pedido de buscar Oxun, intitulou Jagun Olu Efon (Guerreiro senhor de Efon), para retribuir o tempo que Jagun ficou afastado de sua terra que tanto amava (Ekiti – Efan). Orixá Jagun foi muito confundido com o culto à Omolu e Obaluaye, e foi por esse motivo que muitos de seus fundamentos se perderam, mas graças a Olorum e ao Axé Efón, está sendo resgatado todos os preceitos e orôs..Jagun possui caminhos próprios, como Jagun Odé, Arawe, Agaba e outros..Jagun um Orixá exclusivo do axé Efon, mas que foi migrado para as terras de Gege Mahí e Ketú….Jagun é um lindo Orixá de grande valor no Axé Efón, lembrando que o culto à Jagun no Efón (efan) é separado de Obaluaye….